QUALIFICAR A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR É UM GRANDE DESAFIO

Hoje, em visita a escolas da educação do campo, salas multisseriadas, encontrei situações de aprendizagens diversas. Cada professor, com o seu esforço próprio tentando da melhor forma garantir oportunidades de aprendizado para os alunos. Percebo, que a presença do Secretário de Educação visitando salas de aulas ainda causa apreensão. Fui acompanhado da coordenadora pedagógica da educação do campo. Procurei, dentro do possível, deixar o ambiente o mais tranquilo possível.

Como Pedagogo, percebi ainda a dificuldade dos professores em promoverem intervênções qualificadas no decorrer da aprendizagem dos alunos. Em duas das salas que visitei, as professoras estavam trabalhando com um poema, e no quadro apontavam questões para que os alunos respondessem. Senti falta das professoras cirulando pela sala, chegando perto de cada aluno para ajudar, orientar, intervir no processo de aprendizagem. Em uma das salas, os alunos começaram a se aglomerar em volta da carteira da professora para tirar dúvidas. Achei muito positivo o interesse dos alunos em tirar dúvidas, e a vontade das professoras em orientar. A questão, foi uma certa falta de habilidade em coordenar o processo. Muitas vezes, existem duvidas que surgem que não são inerentes apenas a um aluno, e que o professor pode mediar de forma coletiva. Outras dúvidas, mais específicas, devem ser acompanhadas individualmente.

Mais uma questão me deixou muito preocupado. Percebi isso no diálogo com alguns educadores. O fato de apontar e classificar estudantes publicamente como mais fraco, ou mais forte, mais interessado ou menos interessado, coloca os alunos em uma situação constrangedora. Por outro lado, demonstra que os professores conhecessem e sabem as dificuldades dos alunos, o que é muito positivo.
Acredito que ainda é um grande desafio acabar com o discurso da transferência de responsabilidades. Se o aluno chega em determinada série com dificuldades que não deveria, os professores precisam entender de vez, que a responsabilidade agora é deles. Se ele não aprendeu antes, não importa agora o motivo, é preciso oportunizar que o aluno aprenda já. Esse é o papel do educador.

Percebo, que é preciso o Gestor, o Dirigente, estar cada vez mais próximo das atividades pedagógicas. Precisamos ter como foco do trabalho, a garantia de aprendizagem dos alunos. Esse é o principal desafio.